Um novo mundo emergiu com a chegada das redes mundiais, o progresso das novas tecnologias e a interconexão de várias mídias. Essa aceleração precipitou eventos de diversidade, trazendo consigo uma modificação na mentalidade global que repercutiu nas manifestações estéticas, científicas e filosóficas.
Esses eventos produziram, em todas as direções, um aumento significativo na complexidade das disciplinas e nas relações estabelecidas entre elas, além de propiciarem o surgimento de novas metodologias e estratégias. Isso resultou em uma multiplicidade de ideias, produtos da inteligência e da criatividade coletiva, que, na maioria das vezes, se espalhavam rapidamente pelas redes mundiais. No entanto, o acesso a essas obras tornava-se, em geral, muito difícil para o público e para muitos pesquisadores, artistas, cientistas e estudantes. A importância dos Festivais de Linguagem Eletrônica era que eles podiam atuar como fio de conexão ou catalisador dessa produção coletiva, oferecendo visibilidade analítica e material para o potencial de novas obras.
A proposta do FILE (Festival Internacional de Linguagem Eletrônica) era promover, motivar e divulgar a pesquisa e o trabalho em linguagens eletrônicas, especialmente a criatividade coletiva, as questões estéticas e as experiências científicas. Nesse sentido, o festival tinha uma abordagem seletiva para trabalhos que incorporavam as novas características tecnológicas e eletrônicas, como a interatividade, a interfaceidade, a imersão, a inteligência artificial, e a vida artificial. O festival acontecia no Museu da Imagem e do Som (MIS), na cidade de São Paulo, e tinha como principal objetivo estabelecer intercâmbio internacional com pesquisadores, programadores e produtores em linguagem eletrônica, constituindo um polo na América do Sul, Brasil.
O Festival também se preocupava em arquivar o material produzido em linguagem eletrônica, uma vez que suas características efêmeras tornavam essencial o seu registro para estabelecer parâmetros de avaliação e encontrar novas perspectivas para as linguagens eletrônicas.
O FILE 2000 offline foi realizado no MIS, Museu da Imagem e do Som, na cidade de São Paulo, em agosto de 2000. Foram apresentadas 140 obras digitais, de mais de 22 países, incluindo várias categorias de trabalhos interativos, como web art, net art, realidade virtual (VRML), animações computadorizadas, hipermídia, hipertextos, além de CD-ROM, arte digital e pesquisas nas áreas de inteligência artificial e vida artificial.
O FILE 2000 também promoveu palestras realizadas com intelectuais brasileiros das áreas de arte e novas mídias.
